sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Negro recebe 36% menos que não negro, diz estudo


Um trabalhador negro recebe em média um salário 36,11% menor que um trabalhador não negro, 
de acordo com o estudo aOs Negros no Mercado de Trabalho", divulgado ontem pelo 
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
"Os negros recebem menos em qualquer comparação que se faça, sejapor setores de atividades, 
seja por escolaridade", disse a economista Lúcia Garcia, coordenadora de pesquisa sobre 
emprego e desemprego do Dieese.
As informações analisadas foram apuradas pelo Sistema Pesquisa Emprego e Desemprego
 (Sistema PED),
 realizado por meio do convênio entre o Dieese, a Fundação Seade, o Ministério do Trabalho
 e parceiros regionais no Distrito Federal e nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte, 
Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo. O segmento de negros é composto 
por pretos e pardos e o de não negros engloba brancos e amarelos.
Segundo a pesquisa, no biênio 2011-2012, nas regiões metropolitanas acompanhadas  pelo 
Sistema PED,
 praticamente a metade dos ocupados eram negros (48,2%), porém suas remunerações por hora,
 em média,
 ficavam limitadas a 63,89% do ganho por hora dos não negros. "E o leque da desigualdade se
 abre mais quanto maior é a escolaridade", afirmou Lucia.
O rendimento médio real por hora dos não negros na indústria de transformação no biênio 2011-2012
por exemplo, foi de R$ 29,03 para aqueles que têm ensino superior, enquanto o de negros na 
mesma condição foi de R$ 17,39. A diferença era menor, embora desvantajosa sempre para os negros, 
no caso daqueles que tinham ensino médio (R$ 9,56 para não negros e R$7,13 para negros),
 fundamental completo (R$ 6,76 ante R$ 5,77) e fundamental incompleto (R$ 6,46 ante R$ 5,27).
Além disso, os negros têm mais dificuldades de chegar a cargos de direção e planejamento. 
No caso de São Paulo, por exemplo, apenas 5,7% dos negros ocupavam esses cargos no biênio
 2011-2012 ante 18,1% dos não negros. Os negros, porém, eram 61,1% em cargos de execução e
 24,7% nos de apoio, na comparação com 52,1% e 23,3% dos não negros, respectivamente. 
"O negro não só enfrenta seletividade no trabalho como enfrenta obstáculos que o direcionam 
para empregos de menor qualificação", disse Lucia.

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